Dia da Consciência Negra: a educação como caminho para mudanças estruturais
Instituído por meio da Lei nº 12.519 (2011), o dia 20 de novembro se mostra cada vez mais urgente para dialogarmos sobre equidade, direito de acesso, privilégios e reparação histórica
20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra. A data lembra uma luta que não cessa. Construir novas narrativas na sociedade contemporânea – cientes de uma dívida histórica de opressão e marginalização da população negra no Brasil – só será possível com a garantia de direitos e de espaços de poder e influência econômica e social, equidade, representatividade, comportamentos antirracistas e um olhar, sem filtros, sobre privilégios e preconceitos.
Para o professor de Social Studies da Camino, Leo Bento, a herança colonial brasileira, baseada na exploração de indígenas e na escravidão de povos africanos por parte dos europeus, deixou marcas profundas na história, que reverberam em forma de racismo estrutural até hoje.
“Embora a maioria da população brasileira seja negra e as políticas públicas enfatizem a universalidade, ainda existe uma visão eurocentrista que beneficia pessoas brancas em sociedade. Houve avanços com a adoção de cotas nas universidades, na empregabilidade em empresas que estimulam a diversidade, mas, quando se olha o macrossistema, há muito a fazer para quebrar com estruturas historicamente opressoras que continuam latentes”, avalia o docente.
Consciência Negra (20 de novembro) x Lei Áurea (13 de maio)
Em 13 de maio de 1888 foi assinada a Lei Áurea, que aboliu a escravatura no Brasil e contou com o movimento de abolicionistas negros emblemáticos, como Luiz Gama, José do Patrocínio e André Rebouças. Porém, a libertação não ofereceu qualquer possibilidade para que os negros tivessem acesso à educação, ao trabalho, às terras e às condições básicas, deixando-os à margem.
“A escolha de 20 de novembro para celebrar o Dia da Consciência Negra, idealizado pelo poeta e ativista Oliveira Silveira, se dá em razão do aniversário da morte de Zumbi dos Palmares (1655-1695), que liderou o Quilombo dos Palmares e foi a maior expressão de resistência negra à escravidão. A data, instituída em 2011 pela Lei 12.519, visa promover reflexão, mobilização, luta por direitos e valorização da ancestralidade e das culturas de matriz africana como legado ao país”, explica o educador.
Família, escola e a responsabilidade histórica no século XXI
Desde 2003, a Lei 10.639 estabelece a obrigatoriedade do currículo escolar incluir, de maneira transversal, temas ligados à história e cultura africana e afro-brasileira. De acordo com Leo Bento, é imprescindível que as atuais e novas gerações tenham um entendimento real dos fatos, eliminando estereótipos, paradigmas e construindo referenciais positivos, a partir de uma educação que valoriza, empodera e representa.
A multiculturalidade da população brasileira contribui na identidade, alteridade e diversidade. A família e a escola são espelhos para crianças e adolescentes. Então, o que elas têm visto e aprendido como cidadãs do século XXI? Como e por que devemos falar sobre racismo para uma criança? Acesse o episódio de estreia da segunda temporada da Série Diálogos realizada pela Camino e saiba mais.
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