Soul: a busca de uma vocação entre o destino e a jornada

Vencedor do Oscar de melhor animação, filme dos estúdios Pixar encanta com seu enredo e traz reflexões sobre aspirações e o aproveitamento do momento presente
Filme Soul do Disney+
Animação vencedora do Oscar (2020) promove reflexões inspiradoras – e sem restrição de faixa etária

Como parte do amadurecimento da vida, passamos a criar objetivos e metas a serem alcançadas. Esses sonhos são movidos por nossas paixões, pelo desejo de alcançar as nossas vocações, de conquistar nossos sonhos e de nos tornarmos a pessoa que desejamos ser. Por vezes, no entanto, essa busca por um futuro pode nos levar a esquecer de viver “o agora”, de aproveitar a jornada.

Todas essas questões complexas, que poderiam esgotar bibliotecas inteiras, são retratadas de forma divertida e sensível no filme “Soul”. Vencedora do Oscar de melhor animação em 2020, a obra conta a história de Joe, um professor de música que se sente frustrado frente à dificuldade de se tornar um pianista de jazz profissional. Quando finalmente consegue a oportunidade de seus sonhos, Joe sofre um acidente que o manda para o misterioso pós-vida. Essa experiência e o contato com uma alma chamada 22 levarão o protagonista a compreender melhor a sua vocação e a repensar sua maneira de buscar objetivos.

Um ponto interessante da trama se encontra na própria trajetória da personagem principal, que não via valor no seu papel de educador, como se esse fosse um obstáculo para seu objetivo de se tornar um músico. Artur Slama, professor de teatro da Camino School, explica que existe um clichê de que o artista não poder ser também um docente. “O Joe ainda não entendeu que uma função complementa a outra, ou seja, é preciso aprender nessa troca. O professor pode ser um artista, porque a arte é relacionada à criação… e quem educa cria conhecimento. É um trabalho indispensável”.

As reflexões de Soul para a aprendizagem

Para os jovens e mesmo para os adultos, a animação pode permitir diversas reflexões, principalmente referentes à busca de uma vocação. “O filme questiona o fato de que talvez nós não nascemos para algo”, argumenta o professor. “Viemos ao mundo para sermos quem somos: seres com a possibilidade de crescer, mudar, metamorfosear. O objetivo da vida é o próprio aprendizado”.

 No entanto, um longa-metragem tão profundo como “Soul” poderia levar muitas pessoas a achar que ele não é destinado a crianças. Alguns podem perguntar se elas se interessariam ou se divertiriam. Artur afirma que os temas são expostos de forma bastante lúdica e não são tão distantes das novas gerações. “O filme em si é bem democrático. Quando vemos as crianças no ‘aqui e agora’, trocando, compartilhando, brincando, nos lembramos do poder de estar presente e dar valor a isso. A brincadeira é uma ferramenta de evocar o momento presente”, diz.

O novo vencedor de Oscar dos estúdios Pixar merece ser adicionado à lista de atividades das férias. Além de cômico e divertido, leva o espectador a uma jornada de introspecção de forma bastante natural, fazendo-nos repensar a maneira com a qual lidamos com sonhos e com a realidade. Slama enfatiza que um dos papeis da arte é o de trazer perguntas, discussões e pensamentos. “O filme, como as artes plásticas, o teatro, a dança e outros, permite que vejamos coisas por mil outras óticas e pensemos de novas formas. Em Soul, o percurso é o que vale e esse pode ter vários finais”, conclui.

Para saber mais sobre a Camino Education e suas soluções educacionais, acesse o site da Camino School e da Cloe.

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