Síndrome de burnout: como os professores podem evitar o estresse excessivo e prolongado?
Desenvolver resiliência, reavaliar prioridades e investir no autocuidado são caminhos para combater o esgotamento físico e mental, agravado durante a pandemia
A síndrome de burnout refere-se à exaustão emocional e física e à exposição prolongada a uma situação de estresse excessivo, normalmente relacionada ao trabalho e a condições profissionais desgastantes. As instabilidades e as incertezas durante a pandemia favoreceram o surgimento desse quadro, e os professores foram alguns dos profissionais mais afetados.
“O burnout acontece quando nos sentimos desconectados, não vemos sentido no que estamos fazendo e não temos uma recompensa clara do nosso trabalho”, diz Leticia Lyle, cofundadora da Camino Education e diretora pedagógica da Camino School.
Ela explica que a pandemia tirou os professores de um lugar de autonomia, apesar das transformações que já estavam acontecendo na educação. Além disso, a velocidade com que as mudanças ocorreram, não permitindo um período de assimilação e uma adaptação gradativa, a falta de engajamento dos educandos e de contato com outros docentes tornaram essa situação muito desafiadora. “Nessa segunda onda, vimos muitos profissionais desmotivados, tristes e sem energia para se conectarem com a vida”, relata.
Leticia lembra que o termo burnout, em inglês, significa queimar por completo. “É como se acendesse um fósforo e queimasse por inteiro. É bem essa cena, que nos leva para esse lugar de falta energia, de um quadro depressivo. Esse sentimento de ter pouco controle e não ter expectativas claras acabou levando muitos a desacreditar daquilo que estavam fazendo.”
Prevenção e cuidados à síndrome de burnout
De acordo com a diretora, uma vez identificada a síndrome de burnout, o primeiro passo é pedir ajuda e conversar com os colegas e com os gestores. Depois, reavaliar certas prioridades — por exemplo, como você organiza o seu dia a dia e gasta o seu tempo. Cuidar do corpo, da qualidade da alimentação e do sono são outras medidas essenciais.
“Também há um exercício que podemos fazer que é ressignificar como enxergamos o nosso trabalho — como podemos lançar um olhar de curiosidade sobre aquilo que estamos fazendo, mesmo que esteja difícil ou que não seja do modo como gostaríamos. Da parte das escolas, trazer programas de saúde mental e espaços de escuta também fazem muita diferença”, afirma.
Ela também ressalta a importância de se cuidar como forma de prevenção. Para isso, Leticia indica criar maneiras contínuas de gerenciar o estresse, buscar o desenvolvimento de resiliência, além de aceitar e lidar com as emoções e os problemas. “Quando evitamos ou negamos uma situação — seja a pandemia, pais insatisfeitos ou as coisas que precisamos mudar — isso nos impossibilita de tomar as melhores decisões para contornar ou enfrentar tais questões. É preciso praticar essa aceitação.” Também são fundamentais, segundo ela, ter redes de apoio dentro da escola e trabalhar com significado, propósito e motivação, ainda que seja em nível individual.
Por fim, Leticia destaca a necessidade de o educador se cuidar a fim de manter um contato saudável com os próprios educandos . “Se o professor não tem uma boa relação com o seu trabalho, é muito difícil que isso não contamine o engajamento com os estudantes. Se ele está desmotivado e triste, vai faltar aquela empolgação. É muito importante se cuidar como docente para estar sempre com todas as ferramentas e recursos disponíveis para o processo de aprendizagem.”
Para saber mais sobre a Camino Education e suas soluções educacionais, acesse o site da Camino Schoole da Cloe.