Camino School recebe estudantes com bolsas de estudo integral para a educação básica

Entre mais de 200 inscritos, 13 estudantes foram selecionados a partir de recorte racial para crianças negras, indígenas e quilombolas; objetivo é trazer diversidade para a escola e contribuir para a equidade no ensino
Bolsas de estudo - Camino School

Neste começo de ano letivo, a Camino School vai receber 13 alunos bolsistas nos ensinos fundamental I e II. Eles foram selecionados entre mais de 200 inscritos, a partir dos critérios racial — crianças indígenas, negras, quilombolas — e socioeconômico. Dez deles receberão bolsa de 100% e 3 receberão bolsa de 75% da mensalidade até o final da educação básica, sendo necessário renová-la todos os anos. Também contarão com uniforme, alimentação, material escolar e os dispositivos e condições necessárias para que possam acompanhar as aulas na escola e em casa, enquanto vigorar o ensino híbrido. 

Juliana Bueno, professora de cultura afro-brasileira da Camino School e uma das responsáveis pelo processo seletivo e acolhimento dos novos estudantes, conta que após a divulgação do edital houve o recebimento das inscrições dos interessados e uma primeira seleção, o passo seguinte foi enviar um questionário para conhecer melhor as famílias e os futuros alunos e alunas.

“Queríamos entender como seria ter essas crianças dentro da escola e o que a Camino poderia oferecer a elas para que tivessem o sentimento de pertencimento àquele espaço. E, também, compreender qual a participação dos pais na vida escolar desses estudantes, já que a parceria com a comunidade escolar é algo que a Camino preza muito.”

Segundo Juliana, foram analisados também outros aspectos, como a rotina de estudo da criança e o seu grau de autonomia, as referências culturais da família, se há o hábito de leitura em casa e a questão do acesso à internet. 

Na seleção dos alunos, o critério racial foi o principal definidor. A situação socioeconômica também foi levada em conta, mas não se restringiu a um só perfil. “Teremos crianças cujas famílias tinham renda mensal de um salário mínimo, mas também outras com renda maior, para contarmos com mais representatividade. Houve um cuidado e equilíbrio para que essa criança negra, por exemplo, se reconheça em outra que também é negra, mas não necessariamente mais vulnerável.”

A etapa final foi uma entrevista com as famílias, ocasião em que elas puderam conhecer o colégio e como funciona a rotina escolar. “Foi muito legal ver no rosto dessas famílias o quanto é importante para elas estarem na Camino. Elas queriam muito essa vaga, porque a escola é nova, tem uma educação diferenciada, conteúdos que abordam a temática racial e professores negros.”

Consciência e combate às desigualdades

De acordo com a professora, a iniciativa das bolsas acontece no contexto em que a escola entende que existe uma grande desigualdade no acesso à educação no Brasil — e que é preciso fazer algo para minimizar essa situação – estimulando movimentos antirracistas. Além de ser um desejo da direção trazer essa diversidade para o ambiente escolar, isso também é um pedido das famílias que entram na Camino e querem saber como a escola pensa a diversidade e o que se faz para trazê-la para dentro da escola. 

Neste primeiro ano, a escola conta com um fundo de apoio, o Kaszek Ventures, além de pessoas físicas que oferecem parte das bolsas. A ideia é que novas parcerias aconteçam para ampliar o projeto nos próximos anos. Os atuais bolsistas devem renovar o pedido a cada ano e, para isso, exige-se participação e engajamento dos alunos e das famílias. “Esses estudantes não terão uma cobrança especial em relação ao desempenho, mas devem mostrar que a bolsa está sendo bem utilizada pela criança e pela família”, diz Juliana.

Para ela, ter estudantes de outras raças e de outras condições sociais em uma escola particular onde a maioria é branca e de classe média alta traz uma vivência muito rica e necessária. “Quando aprendemos que nem todos têm as mesmas condições de vida que nós temos, isso nos dá uma noção de mundo e de responsabilidade muito maior e nos leva a fazer questionamentos e reflexões sobre como podemos trabalhar para mudar isso.”

Para saber mais sobre a Camino Education e suas soluções educacionais, como a plataforma Cloe e a escola de referência localizada na zona Oeste de São Paulo/SP, Camino School, acesse o site.

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