Dia do Professor: como a pandemia transformou e valorizou a profissão

Educadores tiveram que se reinventar e usar a tecnologia a favor da construção de propostas de aprendizagem significativas para os estudantes; famílias reconheceram sua importância como mediador do processo de aprendizagem

Ser professor e atuar na formação das novas gerações é uma das profissões mais importantes, desafiadoras e complexas que existe. Se, com o avanço da tecnologia e das novas necessidades da formação para o século XXI, já havia a importância de repensar a função da escola e dos educadores para uma educação inovadora, a pandemia antecipou e acelerou ainda mais esse processo. O ensino remoto obrigou os professores e professoras a se reinventarem para levar a escola à casa dos estudantes. Em meio a tantos novos questionamentos, reflexões, inovações e aprendizados, o seu papel foi valorizado e não será o mesmo de antes.

“Estamos vivendo um momento único, que afeta todas as profissões e relações humanas, tendo que aprender e reaprender muitas coisas. No caso do professor, ao ser tirado do seu ambiente, da escola e da interação — aspecto central para o processo de aprendizagem — que é estabelecida com os estudantes e dos estudantes entre si, ele teve que aprender a construir novas formas de relações e estratégias para garantir a aprendizagem dos estudantes”, diz Marta Durante, diretora pedagógica da Camino Education.

Um dos caminhos essenciais para garantir esse processo é a formação continuada dos professores. “A Camino School e a Cloe investem seriamente neste aspecto de diversas formas, apoiando nossos docentes na escola e professores de todo o Brasil, por meio da plataforma”, conclui a diretora pedagógica.

Para ela, uma grande questão para os educadores foi pensar em como ensinar e usar a tecnologia a serviço do seu trabalho e em favor da aprendizagem. “Para muitos tem sido um enorme desafio criar situações de ensino investigativas e propostas para serem realizadas em casa, que gerem aprendizagens significativas, e não somente aulas expositivas de horas seguidas, falando na telinha. Está sendo um processo difícil, mas não podemos deixar de olhar para os avanços e realizações que muitos professores conquistaram.”

A diretora aponta, no entanto, que não se pode tratar os desafios que as escolas e os professores enfrentam como se fossem todos iguais, uma vez que a diversidade social no país é muito grande. “Enquanto alguns, como nós, contam com a infraestrutura necessária e o apoio da escola para se desenvolverem e viabilizar um ensino remoto de qualidade, outros não têm as condições mínimas para fazer isso. Também há a questão dos estudantes que, em muitas situações, se encontram abandonados, sem ter interação com os professores porque não dispõem de dispositivos para acessar o ensino remoto.”

Valorização do professor pela família dos estudantes

Segundo Marta, apesar da diversidade social e dos problemas enfrentados, tem uma parte disso tudo que gerou muita aprendizagem não só para os professores e estudantes, mas também para as famílias — muitos pais e mães passaram a compreender melhor o papel do professor e comprovar a sua importância como mediador no processo de aprendizagem. “Em alguns aspectos, há um senso comum que considera que qualquer um pode ensinar. Mas ser professor exige profissionalização, estudo e formação continuada. É preciso não apenas dominar o conteúdo a ser ensinado, mas saber fazer isso, ter didática, buscar estratégias, compreender o estudante integralmente. Isso ficou evidente neste momento de pandemia.”

Outro grande legado da pandemia, de acordo com a diretora, será a possibilidade de encontrar respostas para perguntas que há muito tempo já fazem parte das reflexões dos envolvidos com educação. “Qual o papel da escola, o que realmente precisamos ensinar para formar estudantes autônomos e protagonistas, como os espaços devem ser organizados para garantir melhor aprendizagem e qual é o papel da tecnologia nesse processo?”, exemplifica. 

“Não será possível voltar para a escola e para a sala de aula como se nada tivesse acontecido. Explicitamos a importância do professor como mediador, ele precisará retornar com esse papel e ser apoiado para continuar propondo situações de aprendizagem significativas para os estudantes. Agora é hora de ir para o essencial e olhar para o que os alunos realmente precisam aprender. Não temos mais como fugir disso.”

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