Retorno às aulas deve ter foco no acolhimento e na saúde mental dos estudantes

Escolas precisam dar voz aos estudantes para ajudá-los a refazer os laços afetivos, nomear as emoções e saber lidar com elas para então prosseguir com a aprendizagem
Acolhimento e saúde mental na retomada das aulas presenciais

Em 2020, com a pandemia e seus múltiplos impactos, todas as pessoas passaram por um ano muito desafiador, inclusive do ponto de vista da saúde mental. Mesmo quem não teve uma questão mais séria de saúde na família ou problemas financeiros teve que lidar com circunstâncias inéditas, como o isolamento social e o temor de contrair o vírus, além de sentimentos diversos, como tristeza, impotência e ansiedade. Com os estudantes, isso não foi diferente.

“Elas também vivenciaram essa situação de forma intensa, pois foram privadas de seu grande espaço social, o ambiente de convivência, de trabalho e de construção de significados que é a escola”, afirma Leticia Lyle, cofundadora da Camino Education e da Cloe e diretora pedagógica da Camino School. “As crianças tiveram que refazer esses laços, e muitas tiveram dificuldades de garantir não só a aprendizagem, mas de conseguir nomear as suas emoções e lidar com elas.”

Segundo Leticia, neste início de ano, conforme elas voltam para o espaço escolar, ainda durante a pandemia e com todos os cuidados, distanciamentos, restrições, inseguranças e dificuldades, a saúde mental precisa ser um tema central do trabalho da escola, dos professores e das famílias. 

“Sabemos que a aprendizagem depende de todo o contexto que estamos vivendo. A ciência da aprendizagem mostra como o lado cognitivo e emocional das pessoas estão conectados. Então, é muito difícil isolar que estamos em um momento de tanta fragilidade e que o Brasil teve tantas perdas e considerar que a aprendizagem é só uma questão de força de vontade do estudante.”

Espaços de escuta auxiliam na saúde mental 

Nesse contexto, diz Leticia, as escolas devem abrir espaços de escuta. “Raramente alguma coisa que falamos vai fazer a outra pessoa se sentir melhor. Geralmente, é com a escuta, com o sentimento de pertencimento e com o acolhimento que conseguimos nos acalmar”. Ela observa que muitas coisas que aconteceram na situação complexa da pandemia não têm uma solução. “Alguns estudantes perderam familiares e não temos o que resolver, mas podemos ter empatia, sentir juntos e criar novas estratégias de acordo com esses momentos.” 

Esse processo de escuta e de nomeação das emoções podem ser trabalhados nas conversas com os pais, com os estudantes e nas próprias propostas pedagógicas. “Temos que trazer sempre a capacidade de ler os sentimentos, as emoções e o que está acontecendo à nossa volta e pedir para que os estudantes e as famílias nos contem um pouco de como estão vendo tudo isso. A partir daí, é possível criar espaços compartilhados e melhores soluções, trabalhando juntos para chegar nos próximos passos.”

Para saber mais sobre a Camino Education e suas soluções educacionais, como a plataforma Cloe e a escola de referência localizada na zona Oeste de São Paulo/SP, Camino School, acesse o site.

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