Aprendizagem baseada em competências desafia alunos a usar conhecimentos na solução de problemas

Criatividade, pensamento crítico e capacidade de trabalhar em grupo permitem articular as informações disponíveis, de forma colaborativa, para responder a questões da vida real
 

As mudanças trazidas pela revolução digital têm provocado grandes impactos em todos os setores da sociedade. Na educação, uma das maiores transformações diz respeito
à relação das pessoas com o conhecimento. Se, até então, dados e informações eram
menos acessíveis, a internet e as novas tecnologias de comunicação e informação alteraram de forma profunda esse cenário.

 

“A revolução digital democratizou exponencialmente o acesso ao conhecimento e a sua criação. Conteúdos a preços acessíveis ou gratuitos, de alta qualidade e em quantidade infinita estão à disposição de qualquer um, a qualquer hora e em qualquer lugar”, diz Fernando Shayer, um dos sócios-fundadores e CEO da Camino Education.

 

Segundo ele, ir para a escola hoje para ter acesso a determinados conteúdos e depois ser avaliado pelo quanto se conseguiu memorizar ou reproduzir em exames não faz mais sentido e não dialoga com um mundo onde há tantas informações disponíveis. Nesse contexto, há um questionamento do que, de fato, a escola tem que entregar para a sociedade, ou seja, qual é a formação que deve propiciar aos seus alunos. “A aprendizagem por competências está relacionada a essa demanda social”.

Ensino por competência desenvolve o lado humano

Uma das premissas desse modelo de aprendizagem é que não basta ter conhecimentos, mas saber aplicá-los na resolução de problemas da vida real. Para isso, é preciso desenvolver competências e habilidades socioemocionais, que permitam pesquisar adequadamente, relacionar os dados, informações e conhecimentos necessários à resolução dos problemas, bem como, especialmente, construir uma visão de soluções potenciais em rede com outras pessoas. “O grande diferencial é acessar as informações disponíveis e articulá-las para resolver problemas de forma colaborativa”, explica o diretor executivo.

Para Shayer, com o avanço da inteligência artificial, a tendência é que tarefas cada

vez menos simples sejam resolvidas por máquinas, e que os estudantes de hoje se diferenciem, ao longo de suas carreiras profissionais nos próximos 50 anos, ao serem capazes de solucionar questões mais complexas, para as quais não há uma única resposta certa, mas sim múltiplas soluções possíveis, construídas a partir do diálogo e da compreensão de informações amplamente disponíveis a todos.

Para que tenham êxito nisso, eles precisam ter, desde hoje, uma formação adequada, que potencialize, por meio da interação, aquilo que há de mais humano nos estudantes. “Cada vez mais está demonstrado que máquinas aprendem melhor como máquinas do que os seres humanos. Para aprender, nós, humanos, precisamos ser acolhidos e valorizados naquilo que evolutivamente temos de melhor: nossa capacidade de encontrar soluções inovadoras em rede para problemas cada vez mais complexos. A educação por competências caminha nessa direção” afirma Shayer. 

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